Brasileiríssima caipirinha

Gosto muito de caipirinha, com bastante açúcar e... um toque de hortelã.
Parece que dá um realce a mais, formando uma combinação perfeita para meu paladar que alguns amigos acham esquisito.

Pois bem, descobri que a receita original da caipirinha levava hortelão. E alho.

No Manual do Churrasco diz o seguinte: Caipirinha não é Batida

Na metade do século passado, nas propriedades rurais do interior paulista, peão que chegasse da lida molhado de chuva, fosse qual fosse o seu trabalho, não dormia sem tomar remédio para gripe. E qual era a receita desse remédio? Anote aí: uma dose generosa de pinga (da boa), um limão galego cortado em tiras finas, uma colher de sopa de mel, três folhas de hortelã fresca e dois dentes de alho descascados.

O limão galego cortado em tirinhas era esmagado num copo junto com o mel, as folhas de hortelã e os dentes de alho. Depois juntava-se a pinga e estava pronto o remédio. Era tiro e queda: gripe passava longe de quem se tratava com essa beberragem.

O efeito colateral também era tiro e queda: neguinho tomava uma “lapada” (copo cheio) do tal “remédio” e dormia a noite inteira feito um anjinho. Tinha gente que gostava mais desse lado do efeito e rezava pra chover todo dia.

Com o passar do tempo os dois últimos ingredientes foram simplesmente eliminados da receita, e o mel foi substituído por uma colher de sopa de açúcar. Acrescentaram duas pedras de gelo e o que era remédio transformou-se num drinque muito apreciado.

Há segredos para se preparar uma caipirinha realmente boa. Por exemplo, substituir o açúcar por adoçante artificial sempre vai deixar um gostinho estranho. Caipirinha e dieta não combinam. Use açúcar branco refinado, mais solúvel que o cristal.

Fazer uma jarra de caipirinha pode ser muito prático. Mas, se ela não for consumida com rapidez (toda a jarra!), o sabor da bebida vai ficar prejudicado. Culpa do suco de limão que fica amargo quando exposto durante muito tempo ao oxigênio do ar.

Use copos baixos e largos, do tipo usado para uísque. A bebida tem de ser preparada e servida no mesmo recipiente e essa é a medida ideal para que não fique amarga.

E, por último, nunca esqueça: caipirinha não é batida. As batidas também levam cachaça e frutas (pode até ser limão), mas são preparadas no liquidificador ou na coqueteleira. Caipirinha é amassada no copo. E fim de papo!

Viu? Parem de zoar com a minha cara e experimentem. Nunca mais vão querer tomar caipirinha sem hortelã!

EK

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