Malas perdidas e camisinhas furadas

A imprensa, quando cumpre o seu papel com responsabilidade, apresenta fatos interessantíssimos. São cerca de 42 milhões de malas perdidas por ano nos aeroportos. Cerca de 2,5% jamais são encontradas. Parece um percentual pequeno mas não é. Representa mais de um milhão de malas que somem como num passe de mágica. Saindo do real e entrando na ficção, tento imaginar um conteúdo mínimo dessas malas como 15 peças de vestuários, 10 acessórios pessoais, 2 pares de calçados, 5 produtos que seriam usados para presentear, 1 livro, 1 equipamento pessoal e 4 artigos de higiene. Concluo que aproximadamente 45,6 milhões de coisas e objetos que não chegam a seus donos. É mais do que um sumiço por mala. Pelo peso na carteira, avaliando cada ítem como cinco reais, são 228 milhões de reais que evaporam durante o ato de ir e vir. Ainda acha pouco?

A estatística real aborda apenas as malas que somem, ignorando o volume de pertences que somem de dentro das malas que encontram seus donos, prática igualmente comum em aeroportos (e como!). Além da experiência própria, conheço várias histórias de viajantes que tiveram uma coisinha ou outra furtada da mala. Também não é raro recebermos nossa mala com metade ou bem menos do que o conteúdo original. Não adianta recorrer aos balcões específicos porque depois do sumiço, a não ser que tenhamos algum papel que prove a existência daquilo que sumiu, ficamos a ver navios.

No início da viagem registramos apenas objetos de valor material mas não podemos registrar aquele baton na cor exata que queríamos e que só encontramos depois de alguns anos de pesquisa. Nem aquele chinelinho particularmente personalizado por uma artesã já falecida. Emoções e sentimentos não possuem valor algum no mundo capitalista.

A esperança nesse caos vem da Comissão Européia que lançou ontem uma investigação contra empresas aéreas e aeroportos. Além disso, determinará novas multas. (Opinião e notícia)

Choque mesmo, tive ao ler a manchete que dizia: "Comentários do papa sobre camisinha são ‘ameaça’, diz França". Fui ler além da manchete, neste e em outros sites de notícias, porque não acreditei no que estava lendo. Fiz bem porque notei que a reportagem era claramente tendenciosa. Na verdade o papa estava pregando a fidelidade como forma de evitar a aids. A Igreja considera o uso da camisinha uma ameça porque, assim protegidas, as pessoas pensam que podem sair por aí transando com qualquer um(a) que lhe aparece pela frente. (BBC)

Apesar de devidamente esclarecida em relação a notícia, não deixo de fazer côro com ativistas que dizem que o uso de preservativos é um dos únicos métodos comprovadamente eficazes de combate à doença. Pois é! É "um dos" mas não é o único e muito menos, o mais eficaz. A realidade mostra que as camisinhas não são 100% confiáveis. No fim das contas, o Papa está certo!

Não tenho o costume de comentar as notícias desta forma. Hoje foi uma exceção porque estou muito tagarela! :)

Agora vou visitar meu amigo rubro no sambaefutebolnaoexistenadaigual.blogspot.com - Êta nome comprido, sô!

Beijinhos

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