O ciclo leve da obsessão

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O ciclo leve da obsessão
por Maria Cândida Lisboa, psicóloga especialista em relacionamentos e pesquisadora de formas de obsessão.

"A obsessão amorosa não é problema do mundo atual como muitos imaginam, em 1761 foi registrada na literatura psicanalítica pelo doutor John D. Moore, no livro Confusing Love With Obsession.
Obsessão amorosa está diretamente relacionada com a insegurança e falta de autoestima do obsessor. As pessoas mais vulneráveis a esse tipo de envolvimento são frágeis, narcisistas, egocêntricas e egoístas, vêem a dedicação excessiva como uma prova de amor, estão sempre exigindo demonstrações públicas de amor e afeto a fim de suprir necessidades psicoafetivas. O amor desmedido surge trazendo um sentimento de ódio e desprezo pelo outro, ficando latente por algum tempo. O ciúme exagerado é sintoma nesses casos, o obsessivo reivindica a posse integral do outro, como algo que lhe pertence indiscutivelmente.
A necessidade obsessiva cria mecanismos e estratégias para seduzir o outro originando numa atração fatal que busca a possessão como forma a incluir o parceiro em sua própria vida, tentando o máximo de controle. Obsessivos se sentem dependentes do outro para realizarem seus sonhos e desejos, sendo incapazes de agir pra si por conta própria pela própria insegurança que o acomete. O obsessor não se percebe como agente de obsessão imputando ao objeto do amor como origem de sua infelicidade.
A pessoa propensa a um amor obsessivo, repleta de desconfianças e ciúmes, transforma os amigos do objeto de desejo em alvos constantes e o obsessivo não sossega enquanto não vê-los aniquilados da vida de seu objeto de desejo. O amor obsessivo é cultivado no campo da fantasia ficando a realidade distorcida pelo obsessor que passa a ver o bom como mau e o mal como bem. Sendo assim, a vítima do amor obsessivo inicialmente é vista como a pessoa perfeita até que se inicie o segundo nível da obsessão, quando o obsessor imputa defeitos inexistentes no outro, geralmente seus próprios defeitos somados aos antônimos das qualidades do objeto de amor. Na impossibilidade de posse integral do objeto de amor, o ódio e o desprezo saem do estado de latência e a patologia se eleva a um nível mais grave, levando a tortura psicológica e em casos extremos, a crimes passionais.
Os propensos a crimes passionais passam a perseguir o objeto de posse, são facilmente identificáveis e permeiam as colunas policiais dos jornais. Os propensos a tortura psicológica passam a desmerecer o objeto de posse e a agir como vítimas, podendo transformar-se em crime passional ou permanecer como obsessor estratégico. Ações e demonstrações de amor do objeto, antes exigidas pelo obsessor, são vistas com exagerada desconfiança, levando a brigas constantes. A tortura psicológica traz acusações ao objeto de provocar consciente vergonha, descrédito, desmerecimento, humilhação, desconforto, diminuição e tristeza ao obsessor. Ao atingir este ponto, o objeto sente-se sem saída e fica sem saber quando e o quê poderá desencadear uma nova crise, deixando-o menos permeável ao domínio do obsessor. Vítimas de obsessores estratégicos são pessoas tolerantes, calmas, amorosas, carinhosas e complacentes, acredita que o amor e o carinho trarão a cura para o comportamento do obsessor. Por confiarem no obsessor, raras vezes finalizam o relacionamento. A alteração no comportamento do objeto faz com que o obsessor sinta que está perdendo controle, passa a exigir maior comprometimento do objeto. A impossível realização do desejo de dominar integralmente o objeto leva o obsessor a procurar um esconderijo de segurança, a traição como vingança, tendo por intenção esconder o sentimento originário da patologia. O esconderijo surge quando o obsessor encontra alguém que não se questiona de um amor repentino. Tendo novo relacionamento a protegê-lo, o obsessor passa a adotar atitude distante e de desprezo ao objeto de sua obsessão, criando nova realidade paralela no campo da fantasia onde é o objeto que o persegue, traição invertida.
As constantes demonstrações de amor em público com o novo relacionamento prestam cobertura ao desejo íntimo de possuir o objeto primário de desejo. O grau de independência do objeto de desejo ao obsessor definirá o grau de dependência do obsessor ao novo relacionamento, quanto mais o objeto de desejo seguir com a vida, mais o obsessor o verá como seu perseguidor. Dessa feita o obsessor atinge o quarto nível da anomalia, o apego ao ódio como defesa ao sentimento de dependência ao objeto de desejo. O novo relacionamento será usado como arma de ataque ao objeto até que o obsessor caia em si reconhecendo a derrota. O último nível da patologia levará o obsessor a cometer crime passional ou trazer a obsessão ao novo relacionamento. O ciclo recomeça."

Um comentário:

Anônimo disse...

Igualzinho! bem que vc sempre disse q ele ia usar a perereca carente p/ te atacar. Fez bem em tirar o corpo fora, essa gente não tem limite. Do contato q tenho ela descreveu o doente como lunático e a cantora como cega. Não se descuide. Bjs da Guida.