A responsabilidade com o próprio Nome Próprio


Quantas vezes ouvia de minha mãe, tios, avós e professores sobre a delicada questão do nome. Não me refiro à escolha do nome na carteira de identidade nem no nome como alguém de importância na vida pública e/ou profissional. Refiro-me ao carinho que se deve ter com o próprio nome, a preservação de si.

É o nome que deixamos de herança aos nossos filhos, sobrinhos, netos e amigos. Com certeza, já ouviram alguém dizer frases como "O João, filho da Antônia da igreja" ou "A Maria é aquela que falou que não tinha estudado pra prova" ou algo similar. O nome traz um sacolão preenchido com caracerísticas nossas, no ato de pensar, falar, agir, viver, habitar, interagir e todos os verbos possíveis.

Pode parecer bobagem ou coisa pequena. Pra ilustrar o tamanho da nossa responsabilidade frente a questão:

"Não importa onde eu vá, mesmo na Suíça, na Índia, em qualquer lugar. Numa ilha, na Austrália, serei sempre prisioneira política do nome de meu pai" - palavras de Svetlana Stalina, filha do ditador Stalin.

Tivesse Stalin pensado na herança que seu nome deixaria, teria agido da mesma forma? Sendo egoísta, provavelmente sim. Pessoas com essa falha de personalidade não têm por hábito pensar nas consequências negativas que elas podem provocar a partir das mais simples escolhas. Quando pensam, afastam o pensamento com a conclusão de que "tudo sairá bem desde que eu esteja bem" ou "vão me entender". Inconscientemente, esses pensamentos trazem embutidos uma outra mensagem: "Danem-se os outros!", o que acaba acontecendo de fato.


A maternidade abre um vasto campo de reflexões à mente da mulher. Foi a certeza de ter um ser na barriga que me fez pensar no peso das nossas ações frente ao nosso nome. No decorrer dos nove meses de gravidez transformei-me em outra pessoa e a cada evolução deles sou naturalmente atraída para minhas próprias melhorias.

Tenho visto uma série de consequências por causa de uma péssima escolha feita por alguém próximo a nós. A questão do nome é bem mais sério do que parece, está longe de ser insignificante. Lutar e agir para suprir as necessidades e realizar desejos é algo que devemos a nós mesmos mas não dá pra sair agindo como um(a) ditador(a), achando que tudo se resolverá mais à frente porque a bola de neve é enorme e perigosa.

Bjs carinhosos
Elida

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